Maria foi e sempre será o modelo ideal para todos nós. A forma como foi escolhida a tornar-se a mãe do Filho de Deus, até hoje, deixa a muitos intrigados. Que critérios teria Deus usado na escolha desta jovem. Antes de mais nada, é importante perguntar-se: que Maria eu conheço? Qual Maria me passaram na infância? Aquela jovem meiga, obediente aos pais e à sociedade, submissa, sem personalidade, que fazia o que lhe diziam, como quase todas as moças judias de sua época? Ou aquela menina-mulher, forte, cheia de fé, pobre mas lutadora por seus direitos, sem medo de críticas (o que os outros vão dizer?), que assume riscos e as conseqüências de sua resposta perante a família e a sociedade, e que confia plenamente na vontade de Deus?

        Lucas retrata a figura de Maria de uma forma que comove e ajuda diretamente em nosso processo de fé, principalmente no contexto desta frase tão profunda e cheia de significados: “Maria guardava todas essas coisas em seu coração e as meditava”(Lc 2,19.51).
        O evangelista Lucas nos apresenta uma Maria que se identifica com o jovem atual, que busca mudanças, sinceridade, fraternidade e gosta de servir quando acredita. Maria servia sem que lhe pedissem; ela intuía a necessidade do outro e se disponibilizava. Lembram-se da visita a sua prima Isabel? (Lc 1,39-45). Logo que sabe da gravidez de risco de sua prima (bastante idosa e era o seu primeiro filho), vai ao se encontro, caminhando sozinha por vales e montanhas, não medindo esforços. Maria vai onde Deus lhe manda, pois estava “cheia do Espírito Santo”.
       No mundo em que vivemos, onde o mais importante é ser servido, temos como exemplo, o servir em Maria, num sentido profundo e simples. “Servir é entregar-se a uma realidade histórica, para mudá-la a partir de dentro”. Assim, entendemos que o servir de Maria aplicado aos dias de hoje, é conhecer a realidade, questionar quando necessário, procurar mudá-la quando contrária à vontade do Pai e principalmente mudar e transformar o nosso interior. Viver a nossa espiritualidade sem medos, sem censuras e com liberdade.
       A jovem de Nazaré, em sua simplicidade e humildade, torna-se a mãe verdadeira do Filho de Deus e da Igreja, ensinando-nos hoje como descobrir a profundidade espiritual existente na Palavra de Deus. Ouvir os ensinamentos do Mestre Jesus é fácil, o difícil talvez seja, como Maria, meditar, refletir, guardar, e eu acrescentaria, aplicar à vida.
       Maria nos ensina a sermos “mulheres” e “homens” do nosso tempo, sem temores ou censuras. Sermos verdadeiros apóstolos de uma Igreja Nova, a qual torna-se também mãe, pela pregação e pelo batismo que geram para a vida.
     
Questões para debate

1. Que conceito normalmente as pessoas têm de Maria?
2. Que exemplo Maria pode ser para nós?
3. Qual é a influência de Maria em nossas famílias?
4. Qual é a influência de Maria em nosso Grupo de Jovens?

5. Quem é Maria em minha vida?

Fonte: Revista Mundo Jovem, nº89